O legado construído em uma carreira de três décadas na música sertaneja, com sucessos como "Foi Deus", "Te quero pra mim" e "Azul", proporcionou a Edson e Hudson uma viagem por lugares ainda não explorados - pelo menos não como dupla. Em um dos melhores momentos da vida, definido por eles mesmos depois de instabilidades, os artistas descortinam, a partir de agora, um novo capítulo da trajetória com o foco em uma carreira internacional, com canções em inglês e até de outros gêneros.

Entre esta quinta (7) e sexta-feira (8), a dupla lançou nas plataformas digitais uma releitura de "Love Hurts", clássico eterno da banda escocesa de hard rock Nazareth, em uma homenagem ao vocalista original do grupo Dan McCafferty, que morreu há exatos dois anos.

Em entrevista exclusiva ao g1, Edson e Hudson contaram os bastidores da decisão de internacionalizar a carreira, e da gravação da música e do clipe, com uma "atmosfera rockstar" dos anos 70 [assista acima] e o acompanhamento de um professor de inglês na gravação.

"Love Hurts" é o maior sucesso da banda Nazareth, um dos grupos mais relevantes do rock dos anos 60 e 70. Lançada em 1975, em um álbum que ganhou disco de platina, a canção não foi escolhida por acaso para a expansão da carreira internacional de Edson e Hudson, que moram na região de Campinas - o primeiro em Indaiatuba (SP) e o segundo em Limeira (SP).

Edson e Hudson em clipe de música internacional — Foto: Fabrizio Toniolo

Edson e Hudson em clipe de música internacional — Foto: Fabrizio Toniolo

A dupla admira a força da música, que fala sobre a parte ruim de amar alguém, e tem grande apreço pelo história de McCafferty, que fundou o Nazareth em sua cidade natal, Dunfermline, na Escócia, ficou na banda até 2013 e se tornou um dos mais influentes vocalistas de rock clássico.

A ideia de pisar em outros estilos musicais também não foi por acaso. Hudson tem um DNA totalmente voltado ao rock n roll desde muito criança e aplica isso em todo show da dupla, o que fez os artistas apresentarem, muitas vezes, uma roupagem diferente às músicas que gravavam.

A atmosfera do clipe, inclusive, não nega as referências. O vídeo foi gravado em São Roque (SP) e mostra os irmãos de um jeito que não haviam sido vistos antes. Entre rochas e um conversível clássico, os cantores mostraram a veia roqueira, com direito a Hudson desfilando um solo em uma guitarra de dois braços.

Edson e Hudson em clipe de música internacional — Foto: Fabrizio Toniolo

Edson e Hudson em clipe de música internacional — Foto: Fabrizio Toniolo

Internacionalizar a carreira

A regravação do clássico do Nazareth é o primeiro passo de Edson e Hudson na ideia de internacionalizar a carreira. Em breve, a dupla vai lançar uma versão em inglês do maior hit da carreira, "Foi Deus", e prepara novas releituras de outras canções do rock n roll, com participações que eles ainda não revelaram.

Entretanto, a internacionalização da carreira passa menos por planejar turnês com shows fora do Brasil com a maior parte da plateia formada por brasileiros. A intenção é, na verdade, manter o trabalho dentro do país e internacionalizar a obra, com gravações de músicas consagradas da carreira em outros idiomas.

O cantor disse ainda que, qualquer canção, mesmo que em língua inglesa, pode ganhar uma roupagem sertaneja. "Esses dias eu estava em casa com meu filho e falei: coloca para tocar 'Love me do', dos Beatles. E aí eu disse para ele: essa música tinha tudo para ser sertaneja, tanto pelo conteúdo da letra quanto pela melodia brega", brincou.

Edson e Hudson gravaram versão de 'Love Hurts', clássico da banda Nazareth — Foto: Fabrizio Toniolo

Edson e Hudson gravaram versão de 'Love Hurts', clássico da banda Nazareth — Foto: Fabrizio Toniolo

'Melhor que nunca'

Além da dificuldade com o idioma, que fez a dupla recorrer ao professor de inglês, outra questão pensada antes de gravar "Love Hurts" era os tons agudos da música, os quais poucos cantores teriam condições de chegar. Não foi o caso de Edson. Reconhecido dentro do mercado como uma das mais talentosas vozes da música sertaneja, ele chegou nas notas mais altas sem grandes problemas.

"O Edson nasceu com o talento, mas, por incrível que pareça ele está melhor do que há 15 anos. Melhor do que nunca, a voz dele amadureceu, ele estudou, e isso proporcional que ele chegue em lugares que poucas pessoas chegam, como nessa gravação", finalizou Hudson.

Fonte: g1.globo.com

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